quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Arquitetura europeia


Arquitetura europeia

arquitetura da Europa, ou ainda arquitetura europeia, está diretamente ligada à história da arquitetura na Europa, que compreende temas subjacentes como Arquitetura da Idade MédiaArquitetura da RenascençaArquitetura barrocaArquitetura do Iluminismo e Beaux-Arts, entre outras.

[editar]Evolução da arquitetura europeia

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Arquitetura da Grécia Antiga


cultura grega desenvolve-se principalmente na península do Peloponeso, nas ilhas próximas e na costa mediterrânea próxima à atual Turquia, durante o segundoprimeiro milénios a.C. O período considerado mais importante da cultura e da arquitetura grega é aquele que se desenvolve entre o séculos VII a.C. e IV a.C.Concentra-se na arquitetura religiosa – templos – com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas; os templos são construídos de pedra (mármore). O Parthenon – templo dedicado à deusa Atena, na Acrópole de Atenas –, erguido entre 447 a.C. e 438 a.C., no governo dePéricles, é uma das mais conhecidas e admiradas construções do período. Um traço marcante da arquitetura grega é o uso de colunas, estabelecendo "ordens" características: dóricajônica e coríntia. A arquitectura clássica tem como princípios a racionalidade a ordem a beleza e a geometria.

Arquitetura Grega

A arquitetura grega tem no templo sua expressão maior e na coluna sua peculiaridade. A coluna marca a proporção e o estilo dos templos. Na arquitetura doperíodo geométrico, entre os anos 900 e 725 a. c., as casas consistiam num plano irregular e os templos apresentavam planta ora longa e estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como arrimo. Os materiais de construção mais utilizados eram o tijolo cru e a madeira, com alguma utilização da pedra no período arcaico (600 e 500 a. c.) a arquitetura desenvolve-se a partir de influências da cultura micênica e outras culturas mediterrâneas. Um sistema de ordens definiu as proporções ideais para todos os componentes da arquitetura, de acordo com proporções matemáticas preestabelecidas. A ordem era baseada no diâmetro de uma coluna, com outros elementos derivando dessa medida. Podemos citar como importante fato na arquitetura grega, o aperfeiçoamento da ótica (perspectiva), que já começará a fazer parte do período clássico (500 a 300 a. c.).

Análise da Arquitetura Grega

A arte grega serviu-se de duas grandes heranças: a dos povos que habitavam a bacia do Mediterrânio, como os Egípcios, os Cicládicos, os Mesopotâmicos e osCretenses; e a dos povos indo-europeus, como são exemplo os Aqueus, que originaram a Civilização Micénica e depois os Dórios, no século XII a.C., conhecedores do ferro e outras técnicas de construção. Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocupar em representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a medida de todas as coisas.[1] Inicialmente a arquitetura grega era executada em madeira, nomeadamente a de cedro importada do Líbano, tendo sido substituída pela pedra calcária (particularmente o mármore) a partir dos finais do século VII a.C. Paralelamente com a alteração dos materiais, também as estrutura e as proporções evoluíram. Foram estabelecidas normas e regras construtivas, cânones para a concretização artística, valores estéticos e modelos duradouros, nos quais os detalhes, os aspetos decorativos e/ou os pormenores tinham de se sujeitar à harmonia do conjunto. O estudo topográfico do terreno, a adaptação do edifício ao relevo e a escolha criteriosa da ordem, relativo ao tipo de edifício, passaram a constar nos projetos. Produziam maquetas, com o material mais apropriado, dependendo do projeto, que eram submetidas à aprovação oficial. A concretização da obra envolvia inúmeros profissionais entre os quais estavam os arquitetos, os projetistas, os pintoresescultores e outros artesãos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Arquitetura e sustentabilidade


Arquitetura e sustentabilidade


En Inc Vinhetaimage
As grandes crises do petróleo, acontecidas nos anos 1970, que afetaram a geopolítica mundial desde então, foram provocadas por uma constatação, por parte dos países produtores de petróleo, OPEP, de que produziam um bem precioso e esgotável, e que não era certo que fosse queimado nas câmaras de combustão interna dos vorazes motores dos carros americanos.
Lake Shore
Edifícios no Lake Shore Drive. Chicago, 1949-51. Arquiteto Mies van der Rohe
O arranha-céu de aço e vidro, a realização de um sonho acalentado desde o início do século por poetas e arquitetos alemães, foi condenado por ser um grande consumidor de energia.
Mas essas crises tiveram também grande influência na arquitetura ao levantarem a questão da energia consumida pelos edifícios das grande metrópoles. O arranha-céu de aço e vidro, a realização de um sonho acalentado desde o início do século por poetas e arquitetos alemães[1], foi condenado em primeira instância por ser um grande consumidor de energia. Em seu lugar, arquitetos como Louis I. Kahn, Robert Venturi, Aldo Rossi, Michael Graves, James Stirling, propunham a volta da velha e confiável parede de tijolos, recortada por janelas. Mas isso não ficou assim. As indústrias afluentes do aço, do alumínio e do vidro voltaram à carga e conseguiram um Habeas Corpus, daquele tipo que nós brasileiros conhecemos, em que as situações vão se perpetuando até o definitivo esquecimento.
Veio o Brundtland Report,[2] a Agenda 21,[3] a Agenda Habitat[4] e plus ça change[5]… Apesar disso, os edifícios de aço, alumínio e vidro voltaram duplicados, triplicados, mais caros, mais coloridos, exercendo em alguns o antigo fascínio que seduziu Paul Scheerbart e os arquitetos da Bauhaus,  propalando maior eficiência energética etc.
Humana
Humana Building. Louisville, Kentucky, 1982-5. Arquiteto Michael Greaves.
Os arquitetos propuseram a volta da velha e confiável parede de tijolos, recortada por janelas
É aí que entra o conceito de Energia Incorporada­ – EI­, uma conquista recente, para avaliar o impacto dos materiais nas construções e estabelecer um critério para sua escolha. A EI refere-se à quantidade de energia utilizada para produzir um objeto. Podemos falar da EI de um tijolo, de uma janela ou de uma casa inteira. Estes materiais que compõem o arranha-céu de aço, alumínio e vidro são os vilões da história, os materiais que mais incorporam energia. Ao contrário, os materiais tradicionais, a madeira, o barro e o tijolo, são os mocinhos vingadores.
Segundo o critério da EI, um edifício será mais integrado aos critérios de arquitetura sustentável quanto menos energia tiver incorporada. Para a avaliação do quantum de energia que cada matéria incorpora, são considerados a energia necessária para produzir o material, as emissões de CO2 resultantes da sua fabricação, o impacto ambiental resultante da extração do material, transporte etc.
Torre Amirante
Torre Almirante. Rio de Janeiro. 2005. Pontual Arquitetura e Robert Stern Architects
Os edifícios de aço, alumínio e vidro voltaram, duplicados, triplicados, mais caros, mais coloridos, exercendo em alguns o antigo fascínio.
Para se calcular com precisão a energia incorporada de um material, todos os estágios nos quais se utiliza energia devem ser considerados. Um valor preciso será obtido se considerarmos a energia usada para a extração de materiais brutos, transporte, processamento, fabricação, transporte ao sítio e a energia usada in loco para instalar o produto.
O processo de produção de um material tem influência decisiva na quantidade de EI. Materiais metálicos consomem muita energia desde sua extração da natureza até sua redução e fabricação da forma final de uso, além de causarem poluição e danos à atmosfera. Veja-se o exemplo dos perfis de aço, desde a extração do minério até o trabalho final de laminação. Isto vale também para componentes e equipamentos, como aquecedores e climatizadores, e outros elementos como as esquadrias. Uma janela de madeira tem menos EI que uma de aço ou alumínio. Tintas orgânicas ou a base de água, com pigmentos naturais, tem menos energia que as tintas sintéticas.
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Pavilhão de Barcelona. 1929. Mies van der Rohe.
 Travertino importado, ônix importado, metal polido, aço e vidro. Um dos maiores canones do Movimento Moderno é também campeão em energia incorporada.
Também o transporte incorpora energia ao material. Muitas vezes prefere-se um acabamento com um travertino importado a uma forra de pedra local. Certamente isto significa mais energia. É necessário que o projetista tenha consciência da procedência dos materiais, não somente pelo aspecto técnico, é obvio, mas também para fazer este delicado equilíbrio entre durabilidade e EI
A análise da duração de uma edificação deve também ser avaliada quando do cálculo da EI. Quanto mais tempo durar uma edificação, mais baixo será o impacto de energia e poluição resultantes da fabricação dos seus materiais. É aí que temos um critério bastante solido para análise, e podemos avaliar o quão distantes estamos dos padrões mínimos de sustentabilidade. Pensemos nas nossas metrópoles. Em alguns trechos, temos edifícios de segunda ou terceira geração. No Rio de Janeiro, este é o caso da Avenida Rio Branco e das avenidas Atlântica e Nossa Senhora de Copacabana.
É nesse tópico que a produção sustentável encontra o maior obstáculo, não somente na arquitetura, mas em todas as indústrias. É que toda a produção industrial do mundo globalizado baseia-se na obsolescência programada, isto é, na produção de bens de curta duração de vida. Obviamente, que se trata de uma estratégia política e econômica para manter e criar novos postos de trabalho para uma população crescente. No caso da arquitetura, ligada naturalmente à construção civil, o problema está sempre presente, pois é neste mercado de trabalho que se obtém respostas mais fáceis e rápidas para as escassez de oferta de postos de trabalho.
Construção-Civil
É no mercado de trabalho da construção civil que se obtém respostas mais fáceis e rápidas para as escassez de oferta de postos de trabalho.
Ainda se discutem os critérios mais rigorosos para medir a EI dos materiais, uma vez que alguns dados para a medição não estão amplamente disponíveis . Mesmo não sendo conclusiva, a análise da tabela mostra a relação entre os materiais e as consequências esperadas do seu uso.
Um conceito paralelo ao de EI é o de “emissões incorporadas”, e se referem às emissões atmosféricas associadas à produção de um material, como as emissões de CO2 ligadas ao uso da eletricidade em um produto, ou a emissão de toxinas, resultante de tratamentos químicos. Além disso, muitos processos requerem uso de combustíveis.
O conceito de EI deve ser aplicado de maneira equilibrada. A EI é determinada por unidade de peso ou de volume, para cada material. Assim sendo, quando usados com parcimônia, certos materiais de alta EI, como os plásticos e o aço, podem ser úteis ao resultado final da construção.
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Teto de placas translucidas de Policarbonato.
Os plásticos têm EI muito elevada, liberam VOC e são de difícil descarte
A EI dos plásticos é muito alta. A utilização de plásticos na construção deve, portanto, ser evitada. Além de ajudar a sustentar a indústria responsável por grandes quantidades de emissões de CO2, os plásticos ainda liberam gases na atmosfera chamados de compostos orgânicos voláteis (VOCs), encontrados em compostos sintéticos como fibras, carpetes e tintas modernas, especialmente aquelas à base de óleo. Os VOCs podem ser prejudiciais se inalados. Além disso, os plásticos de difícil de descarte de maneira ecologicamente segura.
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Fundição do aço
A fundição do aço requer grande consumo de energia e gera altas emissões tóxicas devido a seus resíduos.
No que se refere a metais, apesar de ser quase inevitável a sua utilização,são materiais com uma alta EI, cujo processo de fabricação causa degradação ambiental. A fundição requer grande consumo de energia e gera altas emissões tóxicas devido a seus resíduos. É prudente, pois, seremespecificados somente em pequenas quantidades ou com propósitos determinados, como, por exemplo, para a junção e fixação de materiais. Como são muito caros, a maioria dos metais descartados é reciclada, embora este processo não seja livre de seu próprio custo de degradação ambiental. Estamos falando do aço e alumínio, mas existem metais, como o chumbo, que devem ser definitivamente evitados devido a sua natureza tóxica.
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Edificação rural no Estado de Maharashtra, na Índia.
A madeira é um material que possui excelentes credenciais ambientais. É renovável, reduz a quantidade de CO2 na atmosfera e é fácil de trabalhar. Há possíveis desvantagens, sobretudo relacionadas com a necessidade de transporte de longas distâncias. Outro problema comum é a procedência ilegal, daí a importância da certificação. Um cuidado adicional refere-se ao tratamento a que a madeira deve ser submetido para evitar apodrecimento e ataque de micro organismos; este tipo de tratamento costuma ser altamente tóxico. Porisso, é importante uma correta especificação que determine a densidade, qualidade, procedência etc. relacionados estritamente ao uso.
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Em resumo, com base nos critérios advindos do conceito de energia incorporada, que acabam de ser discutidos, determina-se que o projeto deve privilegiar materiais específicos, dos quais falamos, assim como sistemas sempre que possível auto suficientes em termos de energia, como aquecimento solar de água e sistemas fotovoltaicos para eletricidade, uso de energia eólica ou hidráulica, recomendável para gerar energia in situ.Devem ser especificados materiais que requerem o mínimo de processamento e evitados aqueles altamente processados. É aconselhável substituir materiais quimicamente tratados por produtos não tóxicos. Materiais procedentes de localidades mais distantes são menos indicados que aqueles  materiais locais. A durabilidade dos materiais também é muito significativa e afeta a vida útil de uma edificação.  A possibilidade de reciclagem e o potencial de ocupação flexível construçãofavorecerá a extensão da vida útil da edificação.

NOTAS

[2] O Brundtland Report, principal produto da Comissão Brundtland, criada em 1983 pelas Nações Unidas, mas independente desta, foi publicado em 1987 pela Oxford University Press. Seu mais importante texto, Our Common Future define pela primeira vez os conceitos de desenvolvimento sustentável, tentando traçar um esquema que equilibre proteção ambiental, crescimento econômico, igualdade social,
[3] Um dos principais resultados da conferência Eco 92 ou Rio 92, o documento busca traçar normas para equacionar consumo, luta contra a pobreza, dinâmica demográfica, sustentabilidade, gestão de recursos naturais, proteção dos ecossistemas, etc.
[4] A Agenda Habitat foi o principal documento político produzido pela Conferência Habitat II, em Istambul, Turquia, acontecido entre 3 e 14 de junho 1996. Adotada por 171 países, contém mais de 100 compromissos e 600 recomendações sobre questões relativas a assentamentos humanos, versando sobre habitação para todas as populações, proteção de grupos vulneráveis, sustentabilidade, transporte e comunicação, planejamento metropolitano, transferência de tecnologia, e pacto social entre autoridades e sociedade civil

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Álvaro Vital Brasil ! um GRANDE arquiteto


Álvaro Vital Brazil


Álvaro Vital Brazil

A Escola Carioca de arquitetura, berço do Movimento Moderno brasileiro teve seu núcleo duro formado por aqueles arquitetos do círculo de influência de Lúcio Costa, que trabalharam no projeto do edifício do Ministério da Educação e Saúde, edifício emblemático da fundação do movimento. São este Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Oscar Niemeyer e Ernani Vasconcelos. Entretanto não se limita as estes. Poderíamos ainda citar Carlos Frederico Ferreira, Paulo Antunes Ribeiro, Attílio Corrêa Lima, Alcides da Rocha Miranda e tantos outros que marcaram sua presença com projetos e construções cujo espírito se alinhava com as posturas inovadoras defendidas na Escola Nacional de Belas Artes e periodicos da época.
Edifício Esther. São Paulo, 1936-8. A primeira e mais importante obra de Vital Brazil.
Entre os arquitetos “independentes” cabe um destaque especial para os irmãos Roberto e para Álvaro Vital Brazil, uma vez que estes assinaram dois projetos, a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro e o Edifício Esther, em São Paulo, resultado de concursos públicos por eles vencidos, no ano de 1936, o mesmo ano do famoso concurso do MES. Estes edifícios foram inaugurados em 1938, muitos anos antes da conclusão do grande ícone de nossa arquitetura modernista.
VitalBrazil fotos
[E] Álvaro, à direita, e seus irmão Vital, Ruy e Oswaldo. [D] Álvaro com Getúlio e Alzira Vargas na inauguração do Instituto Vital Brazil.
Conheci Álvaro Vital Brazil em 1966, quando trabalhei em seu escritório na rua Buenos Aires. Embora tenha sido a minha primeira experiência com estagiário, ainda no primeiro ano da Faculdade, foi uma das mais marcantes de minha vida profissional. Do seu convívio guardei a preocupação com o detalhamento do projeto e o conhecimento mais profundo de materiais. Muitas vezes, uma simples pergunta tranformava-se em uma verdadeira e proficua aula sobre metodos projetuais, tecnicas construtivas ou materiais de construção. Não muito dado a sorrisos, era, entretanto, atencioso e acessível.
Vital Brazil, filho de célebre imunologista Vital Brazil Mineiro de Campanha nasceu em São Paulo.  Formou-se em engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e em arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, em 1933.  Nessa ocasião associou-se a  Adhemar Marinho, e juntos desenvolveram  inicialmente projetos residenciais. Em 1936 vencem o concurso de anteprojetos para um edifício de uso misto (comercial, residencial e escritórios) para a Usina de Açúcar Esther Ltda, na Praça da república, em São Paulo, o famoso  Edifício Esther, pedra fundamental da arquitetura modernista daquela cidade.
Instituto Vital Brazil
De volta ao Rio, em 1938, projeta e coordena a construção do edifício sede do Instituto Vital Brazil, fundado em 1919 por seu pai e inaugurado em 1942. Em Niterói, desenha outras importantes obras, como três escolas públicas e a Estação Central Ferroviária. Posteriormente, como chefe do Serviço de Projetos e Construções do Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia- SEMTA, projeta e dá seguimento à construção de pousadas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a Base Aérea de Manaus, em 1944, e a estação do Aeroporto de Belém, em  1945. O Edifício Esther, as escolas de Niteroi e o Instituto Vital Brasil fazem parte da exposição Brazil Builds: Architecture New and Old. 1652-1942, no Meseum of Modern Art (MoMA) de Nova York.Em 1946 projeta o edifício Clemente de Faria, sede do Banco da Lavoura de Minas GeraisS. A., em Belo Horizonte,obra que recebe um premio na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, na categoria de “edifícios de uso comercial”, e origina una série de projetos comerciais e empresariais dos anos 1940 e 1950.
Desenvolveu uma carreira sólida, cuja arquitetura, como bem ressaltou Henrique Mindlin, foi a expressão de uma época e de um conjunto de condições características polarizadas na sua visão pessoal. O seu papel foi de um mestre “solidamente ancorado na legitimidade de seus pontos de vista”. Sua última obra construída é o edifício Vital Brazil, 1978, um bloco de salas comerciais e garagens no Rio de Janeiro. Em 1982 encerrou suas atividades e faleceu no Rio de Janeiro em 1997.
Algumas das Principais Obras
Edifício Esther
São Paulo 1936-8
EdifCioEstherVitalBrasil
Concebido segundo os princípios do racionalismo funcionalista o Edifício Ester ao lado do edifício da ABI e do edifício sede do Ministério da Educação e Saúde, os últimos no Rio de Janeiro, são as obras fundamentais do Movimento Moderno no Brasil. Diria Mindlin sobre ele: “É difícil imaginar hoje, passados  mais de quarenta anos (sic), o que foi, em São Paulo, o “estouro”da inauguração do Edifício Esther. Em um meio mal-e-mal preparado por algumas residências particulares de Warchavchik, Flávio de Carvalho e Rino Levi, surgia de repente, com todo o prestígio de uma realização de grande porte, um imponente edifício de lojas, escritórios e apartamentos, no melhor ponto da cidade, com aspecto totalmente diverso daquele que o paulista estava habituado. Era o resumo de uma boa doutrina moderna em muitos pontos essenciais, e não procurava imitar nenhum estilo passado, como então se fazia em São Paulo.”
Edifício Esther Plantas
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Instituto Vital Brazil
Niterói – 1942
Inst Vital Brazil (2)
O Instituto, fundado e dirigido por Vital Brazil, que já realizara obra similar no Butantã, em São Paulo, destina-se ao fabrico de soros, vacinas e produtos biológicos, químicos e veterinários. Nele se realizam pesquisas científicas e profilaxias anti-rábicas. É órgão consultivo do Estado do Rio de Janeiro em questões de higiene e saúde pública. Seu projeto e construção obedecem a princípios extremamente funcionais e econômicos. Compõe-se de vários pavilhões: edificio central, pavilhão de oficinas, cocheiras e estábulos, pocilgas e sangrias de grandes animais.
O terreno de 350.000 m2 situa-se no bairro de Santa Rosa. As plantas , assim como o corte transversal e as fotografias, indicam claramente o partido adotado no edifício central e nas interligações de suas várias seções. Convém, todavia, apontar as soluções encontradas para vários problemas, como a aeração do edificio e a disposição aparente e ordenada de todas as tubulações. Evitou -se o emprego das esquadrias e suas respectivas ferragens (lado externo), colocando-se os vidros em peças simples de concreto armado, pré-fabricadas. Eliminou-se de maneira radical a contaminação de produtos. mediante purificação do ar. A repetição de elementos construtivos simplificou grande parte da obra, especialmente o corpo do almoxarifado. As principais instalações são: luz, força, água, água de pressão, salmoura gelada, água destilada, ar comprimido de baixa e alta pressão, vapor, vácuo, gás, esgotos, ar filtrado (ventilação), ar refiltrado, exaustão decapelas, exaustão de gases químicos.
Implantou-se um consolo no corpo saliente da elevação norte, onde se situa a entrada principal, para eventual colocação de uma obra escultórica que sugerisse a finalidade da instituição. Conforme foi dito acima, todo o corpo do almoxarifado, assim como a estocagem de produtos acabados, foi executado em peças pré-moldadas de concreto armado, inclusive as prateleiras. Essa solução permitiu ver os problemas da estrutura e do mobiliário. O corte transversal […] esclarece o tipo estrutural desse corpo do edifício.[1]
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Edifício Clemente de Faria
Banco da lavoura de Minas Gerais
Belo Horizonte – 1946
Cópia de ARQBH-2007-06-07 (230)
Este edifício de linhas simples e sóbrias, projetado para um terreno de difícil execução, além de plasticamente proporcionado, consegue ser extremamente funcional. Por isso obteve merecidamente o 1º prêmio em uma exposição internacional. Além desses fatores, deve-se ressaltar dois elementos fundamentais em suas elevações. O primeiro é o das esculturas apenas indicadas pelo arquiteto que deixou plena liberdade ao escultor Alfredo Ceschiatti para executá-Ias. Um banco não é obviamente uma construção comercial comum, e por isso merece uma emblemática que alie a arquitetura à escultura. O outro elemento que chama a atenção do observador é o “quebra-sol”, executado pela primeira vez por uma indústria de amianto-cimento segundo desenho de detalhe do arquiteto. Graças à sua forma, esse elemento de 3m de altura e apenas 1 cm de espessura consegue ser suficientemente resistente, pois, além de estar apoiado em dois pontos, gira em eixo vertical para defender as salas do excesso de sol em certas horas do dia. Após a inauguração do prédio, esse quebra-sol foi largamente empregado em outros edifícios, como o conjunto Kubitschek. o hospital da Universidade Federal etc. 
Parecer do Jüri da I Bienal de São Paulo:
“O prêmio para o projeto de estabelecimento comercial. conferido ao arquiteto Alvaro Vital Brazil (Rio), pelo projeto da sede do Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. Belo Horizonte. reconhece a engenhosa solução do plano, assim como a pureza da expressão plástica. “[2]
Em uma época em que a indústria da construção civil dava seus primeiros passos, muitas vezes o arquiteto tinha que ser também um projetista industrial. É o caso dos brises-soleil deste edifício, totalmente concebido pelo arquiteto e produzido por uma indústria de chapas de fibro-cimento, um material largamente utilizado na época.

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Edifício Sede do Jockey Club Brasileiro
Rio de janeiro – 1947
(Não construído)
Vital Brazil Jockey 1
Concurso público de anteprojetos
Este anteprojeto foi classificado em 1º lugar entre 37 concorrentes. A solução propunha a construção de dois blocos, um compondo o Edificio Valparaiso, já existente, que se destinava futuramente a renda para manutenção da sede e era separado por uma área aberta. Outro para a sede do clube, permitindo ampla iluminação e ventilação em todas as suas faces. Esse bloco atingiria o gabarito da Avenida Rio Branco, satisfazendo exatamente ao programa estabelecido no concurso.
A partir do anteprojeto premiado desenvolveu-se o projeto. Esse trabalho, agora publicado, representa estudo acurado de todo o programa estabelecido e se prolongou por mais de três anos. Aprovado e aceito já no final de mandato da diretoria que abrira o concurso, e que com as novas eleições foi substituída pela oposição.
Mas já se havia determinado que se iniciassem as obras, pela demolição da parte dos fundos da antiga sede (projeto Heitor de Mello). [3]
Jockey  terreo
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Edifício RESIDENCIAL
rua Prudente de Morais – Rio de janeiro – 1960
Ed Prudente de Morais Fachada
Vital Brazil projetou inúmeros edifícios residenciais no Rio de janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, dos quais este é um dos melhores exemplos e ve-se o mesmo zelo com que o arquiteto dedicou a seus edifícios comerciais. Este edifício, com esquadrias de madeira, tipo guilhotina, com contrapesos externos, solução que utilizou repetidas vezes, é ao mesmo tempo um testemunho do trabalho dos arquitetos no nosso país, em um tempo em que estes lutavam contra uma industria construtiva incipiente, e a superavam com criatividade e conhecimento técnico.
Ed prudente de Morais Plantas
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RESIDENCIA do ARQUITETO
Santa Teresa – Rio de janeiro – 1940
Casa do Arquiteto 1
Casa do Arquiteto  plantas
Casa do Arquiteto  Corte
Casa do Arquiteto 2 - Cópia
Casa do Arquiteto 2
Casa do Arquiteto 3 - Cópia
Casa do Arquiteto 3